Programa REM Acre – Fase II

Artesanato acreano alcança volume de negócios acima de R$ 239,7 mil no 17º Salão do Artesanato e supera vendas da exposição do ano passado

Dilma Tavares – 14 de maio de 2024

O volume de vendas da produção do Acre exposta no 17º Salão do Artesanato, em Brasília, superou R$ 239,7 mil, o que representa mais de R$ 41,7 mil em relação aos R$ 198 mil registrados no salão passado, quando o estado foi campeão de vendas no evento. A feira foi realizada de 8 a 12 deste mês.  Os números são parciais e o resultado oficial deverá ser divulgado na próxima semana.

Artesanato acreano, com uso de produtos da floresta, encantou visitantes do 17º Salão do Artesanato, realizado em Brasília. Foto: Dilma Tavares/Repac

A informação é de Terezinha Messias, chefe do Departamento de Artesanato da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo (Sete). A participação dos artesãos acreanos no evento teve o apoio do governo do Estado, por meio dessa pasta, com o suporte do Programa REM Fase II – que abrange a cooperação financeira entre os governos do Acre, da Alemanha e do Reino Unido por meio do banco alemão de desenvolvimento KfW. 

Terezinha Messias, da Secretaria de Turismo e Empreendedorismo, destaca o sucesso do artesanato acreano no 17º Salão do Artesaanto, em Brasília. Foto: Dilma Tavares/Repac

“Esse é o resultado do trabalho de excelência dos artesãos acreanos, aproveitando o material local, da nossa identidade cultural, preservando a natureza e contribuindo para manter a floresta em pé”,  diz Terezinha. Ela também destacou, além do Programa do Artesanato Brasileiro, o apoio do governo do Estado, “dando condições para que os artesãos consigam trazer seus produtos com ajuda de custo”. A ação também contou com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Acre.

Peças feitas de fibras e sementes da floresta foram algumas das expostas no 17º Salão do Artesanato, em Brasília. Foto: Dilma Tavares/Repac

“O artesanato acreano é composto por uma rica diversidade de matérias-primas, suas cores e texturas refletem a nossa valiosa floresta. O Programa REM apoia o artesanato florestal, essa fonte de desenvolvimento sustentável”, reforçou a diretora de Empreendedorismo da Sete, Bianca Marques, lembrando que essa feira foi uma de várias a serem realizadas ainda este ano no país, em que o artesanato acreano também estará presente.

Bolsas de marchetaria foram produzidas com aproveitamento de madeiras da Amazônia descartadas pela natureza. Foto: Dilma Tavares/Repac

Ao todo, sete artesãos participaram da feira – seriam oito, mas um não pôde participar por problemas de saúde. Entre os produtos negociados estavam peças de marchetaria, látex e cestaria utilizando cipós como o timbó e fibras de buriti, além de biojoias com sementes da floresta, como açaí e jarina – o marfim vegetal. 

Canadense Karen Fisher (à direita) comprou produtos da artesã Claudia e elogiou artesanato do Acre. Foto: Dilma Tavares/Repac

Vendas para o Brasil e o exterior

O artesanato acreano foi vendido para brasileiros e pessoas de diversos países como Austrália, Nova Zelândia, Cazaquistão e Canadá. Sobre a escolha dos produtos acreanos, os compradores destacaram especialmente o fato de serem produtos da natureza, unindo qualidade e beleza. É o caso, por exemplo, da canadense Karen Fisher, que comprou produtos da artesã Maria Barroso – conhecida como Cláudia, que produz biojoias. 

Visitantes destacaram o aproveitamento de materiais da natureza, a qualidade e a beleza do artesanato acreano. Foto: Dilma Tavares/Repac

“Eu adoro ver artesanato bonito”, disse Karen. Ela frisou que os artesãos “criam peças lindas” usando “materiais tradicionais”, citando o exemplo das biojoias com o uso de sementes naturais da floresta, que mostra “como podemos achar coisas lindas na natureza, para criar lindas joias”. Para Cláudia, isso é motivo de satisfação profissional. “É gratificante fazer um trabalho desse e ver as pessoas gostarem dele”, disse.

Porfessor Marcelo Melo comprou sapato de látex do Doutor da Borracha e destacou a importância de valorizar a Amazônia. Foto: Dilma Tavares/Repac

Já o professor Marcelo Melo comprou sapatos de látex do artesão José Rodrigues – o Doutor da Borracha -, por indicação de familiares que haviam adquirido esse tipo de calçado, e ressaltou a importância da valorização dos produtos da Amazônia. “Eu acho que a Amazônia tem que ser valorizada e uma forma de valorizar é consumir o que se produz na região”, opinou.

Professora de música Mércia Pinto, (à direita), que já lecionou no Acre, comprou colar da artesã Socorro Tavares e ressaltou o uso de produtos da floresta. Foto: Dilma Tavares/Repac

A professora de música aposentada da Universidade de Brasília (UnB), Mércia Pinto – que já deu aulas no Acre -, comprou um colar da artesã Maria do Socorro Tavares para presentear uma amiga que vive no exterior e também falou sobre o diferencial do produto acreano. “Lá tem muitas sementes diferentes, da floresta”, lembrou.

Secretário de Micro e Pequenas Empresas do Ministério do Desenvolvimento visitou estande do Acre e posou com peça de marchetaria do artesão Maqueson Pereira, com Terezinha Messias. Foto: cedida

O 17º Salão do Artesanato: a Mãe de Todas as Artes teve apoio do Programa Brasileiro do Artesanato. O secretário nacional do Artesanato e do Microempreendedor Individual do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Milton Coelho, também visitou o estande do Acre e posou com um cântaro de marchetaria produzido pelo artesão Maqueson Pereira. A peça foi exposta no Palácio do Itamaraty durante a abertura do evento, realizada naquele local.  

Artesanato de látex expostos no 17º Salão do Artesanato, realizado em Brasília, capital do País. Foto: Dilma Tavares/Repac

Próximas feiras

O 17º Salão do Artesanato: Mãe de Todas as Artes foi a primeira de cinco grandes feiras nacionais de artesanato a serem realizadas este ano no país. A próxima será a Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), dias 3 e 4 de junho, em Pernambuco, que também contará com a participação de artesãos acreanos, informou Terezinha Messias.  “Foi lançado um edital em que constam todas essas feiras e cada período de inscrição, seguindo-se a curadoria para a definição dos participantes”, explicou. 

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